quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Na ponta dos teus dedos










Escuta.

Escuta com muita atençao as palavras que te vao soar na tua cabeça ao leres estas mesmas que te escrevo, sim, que escrevo a ti, ainda que sem bem saber qual o motivo ou pretensao, mas que por um motivo ou outro senti um qualquer estimulo em partilha-las nas honrosas e por vezes ardilosas trocas de palavras que existe entre nos.
Sinto que nada te devo dizer, e que o perene silencio que reina entre nos dois se deve tornar fleumatico para bem deste plano terretre que de alguma forma, ou nao, se move em medidas que eu jamais estudei, e que sei que nao compreenderas pois como o poderias se jamais soubeste aquilo que nunca te disse, e que sufoquei e ainda estrangulo dentro do peito, pelo escruxiante rasgar de tormentos que causa em mim e que em nada teve haver contigo!
Sinto que nada devo, nada posso, e que tudo dependera de ti, e ainda que saiba que tudo o que vai, volta, sei que os supostos caminhos traçados nem sempre sao os seguidos, e como outrora perdi apesar da luta, parece troça do destino voltar a seguir rotas que outrora so me guiaram ate abismos profundos dentro da pessoa minha, e que me sufocaram, ainda que delicadamente pelo tempo, e acentuaram o negro rio que brota dentro do meu ser.
Entao tudo depende de ti, e´ o jogo do tudo ou nada, no momento em que me tens pela ponta dos teus dedos, e que somente podes optar por me tentar salvar ou me deixar seguir, sem culpas, nem ressentimentos, ou coisas vas que possam inesplicamente surgir dentro de nos mesmos, quando tudo o que devemos querer ja o temos, e a mais nao devemos alcançar!

Escuta.

Esta sou eu a deixar-me cair do alto do precipio psicologico que tormenta a minha alma, uma e outra vez mais... ou agarra a ponta dos meus dedos!





P.S.: Fica sabendo que ainda tento alcançar a ponta dos teus dedos.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

As cartas, meu amor, que não eram para mim





Ai, amor,
as cartas todas que me escreves-te,
soube, que não as escreves-te a mim,
e enganas-te-me dizendo,
que o teu pensamento era eu,
e em mim,
me tinhas por dentro e por fora,
todavia, toda a hora,
enquanto com ela,
somente na hora,
te lembrava por fim,
sim, de mim;

Amor,
ai, meu amor,
soubesse eu naquela demora,
que não seria mais hora,
de ter me já não mais em ti,
e deixaria que tu,
já não mais agora,
provasseís de mim, senhora,
os lábios que tanto desejavéis;

E agora,
em tão amargurada hora,
me vou embora,
e te deixo assim,
perdido no tempo,
algures do momento,
em que já finalmente,
não mais te quis....

E assim me vou, e deixo rasgadas, todas as papeladas, que juráveís serem para mim, e que em teu pobre coração, endereçavas a ela....