sábado, 23 de junho de 2012

Chorões de ausencias



E naquele momento o tempo parou!


Senti a tua mão na minha, ouvi o som da tua gargalhada alta e dominante, e vi o sol cair por terra sob chorões que se estendiam sob nossos pés á mercê das mãos insolentes que os tentavam saquiar disfarçadamente.

Senti o vento tocar-me a face e pensei que serias tu!

Então abri os olhos;
Tu não estavas lá mais, quinze anos voltaram a acontecer e era somente eu quem estancava sob o mar as lembranças mais bonitas que alguma vez me deste!

Mas todo este momento foi teu, foi nosso uma vez mais, um flash back de curta metragem mas carregado de profunda carga emocional, pelos poucos e breves momentos que tiverem juntos, mas tão presentes, tão memoráveis, tão... tão únicos como somente foram!

Porque o destino, apesar de nos traçar rotas que não mais se cruzarão nesta vida, deixou fragmentos suficientes para que possa para todo o sempre me lembrar de ti!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

De: Pessoa, Para: Pessoa.



Perdi-te o rumo numa dessas vielas que tens percorrido, e de ti não sei mais, nem mesmo zumbido;
Não te sei o destino, nem oiço mais teu tino;
não sei dos teus dias, nem sei de teus sentidos...
Estudo linhas mal timbradas, na esperança de novidades talhadas,
que de ti minha mente chama, mesmo com minha voz calada.
E assento letras, nem sempre escritas,
em papel razurado, que será jamais enviado,
e aguento em silêncio uma espera desesperante,
de acordar de manhã e por fim ter-te encontrado.......


"aut viam inveniam aut faciam"

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Para ti: Polisipo



Não sei se sabes o tempo que passa, e por mim passa, e repassa, e a memória vai e vem.
O mundo que julgo ser meu está torto.
sim, torto, porque de pernas para o ar acho que nem tanto, mas não está o suficientemente bem para estar direito, e então, ele lá se inclina, quiça para o lado dos astros, esses que tantos, não me sabem orientar!
E o mundo gira, e girou, e á pouco girou em torno de ti, das tuas antiguidades, dos sorrisos inocentes e salvaguardados sem percepção que antes partilhavas tão constante, e hoje não sei mais.
E então eu fiquei, a olhar, do meu jeito torto, a pensar, como só eu o sei, e lembrei-me que nunca tivemos o tempo;
O tempo, o momento, para estarmos só nós, sentados junto da foz, apenas a conversar...
Porque eu sinto falta..eu sinto mesmo falta, muito falta, de conversar a sério com alguém, não de jogar conversa fora, mas sim, de falar, profundamente, até um pouco de analisar as palavras, porque agora todo o mundo vem e vai em 5 minutos, e nada sobra, senão a demora em novamente voltar, e tu sempre voltavas, sempre estavas onde eu sabia te encontrar, mas agora não mais, e disso, disso eu sinto falta, muito falta...
Enfim, quis, quiça julguei, que gostasses de saber, que apenas te quero bem, aqui ou ai além, esperando sempre rencontrar, o sorriso nos teus lábios, no teu olhar, como nos tempos vagos, em que para ti, eu era ninguém.......


xxx

p.s.: que voltes em breve, que a minha memória se despede, antes da hora da ida, e sobra somente partida, em fragmentos de vida.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Hoje quase te encontrei!





Hoje quase te encontrei!

Por um milesimo de segundo quase que acreditei que o destino havia traçado um qualquer cruzamento secundario em nossos caminhos, e julguei reencontrar-te uma vez mais!
Perdida por entre rostos de multidoes incertas, num desses locais cliche de ponto de encontro agora quase tradicional, e por um quase segundo enchi-me de esperança!
Quase podia jurar que eras tu: os teus olhos, a tua boca, o teu sorriso, a doçura no olhar....um milesimo de segundo!
O meu peito encheu-se com uma pura emocionante adrenalina, qual criança que encontra o pai natal debaixo da sua arvore!
Por um milesimo de segundo pensei ter-te reencontrado, ali, frente aos meus olhos, quase ao alcançe dos dedos meus,na felicidade de saber-te bem!
Julguei que apesar de eventualmente nao te lembrares mais de mim, estarias bem, junto de quem te gosta, dos mesmos que contigo partilham o teu sangue, ainda que nao mais lembrasses o meu nome ou quem eu era, ainda assim, arrebateu-se-me o coraçao por te saber aqui de novo, tao mais perto, tao diferente e tao igual!
Foi um milesimo de segundo perfeito... depois, depois dei-me conta que nao eras mesmo tu, e a incognita de nao saber onde estarias assombrou-me uma vez mais, e o pesar perene de nao saber qual o teu ruar, preencheu toda e qualquer esperança que havia suplentado dentro de mim.
Uma vez mais escapas-te-me por entre os dedos, e perdi-te o destino, e a noçao do que haveria ou nao alguma vez de te ter acontecido apos tao repentino homizio de tudo e todos.

Petiz fragil, onde andas tu?

Se me les esta carta, peço-te que, ainda que em segredo encoberto, fujas desse teu homizio recôndito e fleumatico, e me faças de alguma forma saber como estas, se bem, se mal, apenas peço que me enchas o peito com a singela segurança que o ar ainda de teu corpo se apodera, ainda que eu a ti nada te seja, senao marca de um tragico passado deixado para tras, na busca de uma luz brilhante e calorosa no teu destino cruel!

Marilia, estas ai?????

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Destinatario: Marilia








Algo despoletou dentro da minha cabeça a lembrança tua...


Onde estaras?
Estaras bem?
Como e´ a tua vida agora?


Vi-me invadida por milentas perguntas e assombrosas lembranças;
Sei que a tua vida nunca foi facil, era mais negra que o negro das noites que dividimos, era mais triste que as minhas lagrimas caidas;
Eras irma, mae, pai, dona de casa, estudante, trabalhadora, eras tudo o que nunca pensei que conseguisses ser, e ainda assim nao passavas de uma menina!
A tua face nao mais reside dentro do meu ser, apenas uma turva recordaçao da tua silhueta e olhos tristes residem dentro da minha cabeça, confusa sabes, teria tanto para te contar se te voltasse a ver...
Cresci, sem te ter aqui, mas sempre contigo na lembrança, no coraçao, interrogando-me se o ar ainda circularia dentro do teu corpo, ou se serias alguma tragica noticia de jornal!
Sempre te recordei com carinho, a ternura dos momentos que previligias-te a minha vida ao compartilhares o pouco do teu tempo para ser menina e que permitis-te que eu estivesse incluida!
Sempre te mantive viva dentro do meu coraçao, e guardo religiosamente a unica agora lembrança , da tua pureza, a ultima brincadeira de meninas que por ventura teras tido:
2 meninas num fundo de quintal, brincando com bonequinhas, e o ultimo abraço apertado que me deste, a profunda ligaçao emocional que deixas-te em mim, e que permite que jamais te tenha conseguido ofuscar do meu pensamento, ainda que sem nunca mais ter sabido de ti.
Fizeste a tua escolha, sentis-te o fundo do abismo e achas-te que nao havia mais alguma saida do buraco negro e frio em que vivias, e eu compreendo, compreendo que tenhas fugido de tudo e todas as coisas, para tentar uma ultima vez recuperar a vida que nunca tiveste e que por direito era tua, e que as despedidas poderiam demover-te da tua decisao perigosa e entao aceito que tenhas partido, esperando que tenhas finalmente encontrado o lugar e a familia que te deixe ser a menina que nao tiveste oportunidade de ser, e tudo o que desejo e´ que estejas bem e sejas feliz, num qualquer lugar, e quem sabe te recordes daquele ultimo dia como eu recordo, e as palavras que me disses-te:

" Sao para ti, porque eu gosto muito de ti!"

esta carta e´ entao para ti, quem sabe um dia se ainda a leras e teras coragem de retomar um minuto ao passado e fazer-me saber que estas viva e es feliz!
deixo-te entao umas novas palavras que entoam dentro de mim quando te recordo:


Nunca te esquecerei, onde quer que estejas, qualquer que seja agora o teu nome, a menina das spice girls perfumadas,a cinderela perdida dos contos de fadas!

Um terno abraço, apertado, sentido, em teu corpo e coraçao Marilia.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Paragem de autocarro





Nao sei que dia seria, nem tao pouco onde estava eu, mas seguia naquele velho autocarro sem paragem pretendida, sozinha num lugar a dois, junto da porta que me levaria, talvez, ja nao sei, a lugar algum protenso a algo mais, e vi-te claramente alguns lugares mais a frente, sentado a espera que eu fosse de encontro contigo, e ao perceberes que algo mais havia se passado, levantas-te-te e sentas-te-te do meu lado, com aquele sorriso tamanho do mundo, como quem fala sem dizer nada, e eu sabia o que estava a ouvir da tua boca calada!
Depois disso, pouco mais ficou, acho que ficou apenas a recordaçao dessa troca de olhares dentro de um antigo autocarro que rumava a lugar nenhum, e em que juntos, sem que palavras fossem ditas e mal interpretadas, e tudo o que veio depois, fiz questao de nem tentar lembrar, tinha a serena sensaçao que este seria o unico momento e quiça ultimo, que quereria voltar a reviver: o sorriso estampado na tua cara e o teu doce olhar;
Nunca me conheces-te verdadeiramente e foram mais as vezes em que mal me interpretas-te que as que me compreendes-te, e tantas as vezes em que me julgas-te por meras conversas que surgiram a conta de outrem e que nunca a ti te foram destinadas;
Mas tu nao sabias, nunca o poderias saber se nunca to havia dito, nem tinha pretensao para tal, pois nao sei se sabes, mas quando se consegue recuperar de uma queda de abismos, nao se tem coragem ou pretende aproximar de um outro, com receio de cair novamente;
Mas nao me quero aprofundar, que historias assim ja sei como terminam, visto que sei como sera o desenrolar desta fatidica historia de contos mil, que outrora vivi com almas gemeas de outras vidas que teimaram cruzar comigo uma e outra vez mais!
Aquela viagem de autocarro contigo foi a melhor que algum vez fiz ao teu lado.. estava contigo... ainda que tu nao o soubesses jamais!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Na ponta dos teus dedos










Escuta.

Escuta com muita atençao as palavras que te vao soar na tua cabeça ao leres estas mesmas que te escrevo, sim, que escrevo a ti, ainda que sem bem saber qual o motivo ou pretensao, mas que por um motivo ou outro senti um qualquer estimulo em partilha-las nas honrosas e por vezes ardilosas trocas de palavras que existe entre nos.
Sinto que nada te devo dizer, e que o perene silencio que reina entre nos dois se deve tornar fleumatico para bem deste plano terretre que de alguma forma, ou nao, se move em medidas que eu jamais estudei, e que sei que nao compreenderas pois como o poderias se jamais soubeste aquilo que nunca te disse, e que sufoquei e ainda estrangulo dentro do peito, pelo escruxiante rasgar de tormentos que causa em mim e que em nada teve haver contigo!
Sinto que nada devo, nada posso, e que tudo dependera de ti, e ainda que saiba que tudo o que vai, volta, sei que os supostos caminhos traçados nem sempre sao os seguidos, e como outrora perdi apesar da luta, parece troça do destino voltar a seguir rotas que outrora so me guiaram ate abismos profundos dentro da pessoa minha, e que me sufocaram, ainda que delicadamente pelo tempo, e acentuaram o negro rio que brota dentro do meu ser.
Entao tudo depende de ti, e´ o jogo do tudo ou nada, no momento em que me tens pela ponta dos teus dedos, e que somente podes optar por me tentar salvar ou me deixar seguir, sem culpas, nem ressentimentos, ou coisas vas que possam inesplicamente surgir dentro de nos mesmos, quando tudo o que devemos querer ja o temos, e a mais nao devemos alcançar!

Escuta.

Esta sou eu a deixar-me cair do alto do precipio psicologico que tormenta a minha alma, uma e outra vez mais... ou agarra a ponta dos meus dedos!





P.S.: Fica sabendo que ainda tento alcançar a ponta dos teus dedos.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

As cartas, meu amor, que não eram para mim





Ai, amor,
as cartas todas que me escreves-te,
soube, que não as escreves-te a mim,
e enganas-te-me dizendo,
que o teu pensamento era eu,
e em mim,
me tinhas por dentro e por fora,
todavia, toda a hora,
enquanto com ela,
somente na hora,
te lembrava por fim,
sim, de mim;

Amor,
ai, meu amor,
soubesse eu naquela demora,
que não seria mais hora,
de ter me já não mais em ti,
e deixaria que tu,
já não mais agora,
provasseís de mim, senhora,
os lábios que tanto desejavéis;

E agora,
em tão amargurada hora,
me vou embora,
e te deixo assim,
perdido no tempo,
algures do momento,
em que já finalmente,
não mais te quis....

E assim me vou, e deixo rasgadas, todas as papeladas, que juráveís serem para mim, e que em teu pobre coração, endereçavas a ela....

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mais um pragmático buraco negro









Deleito-me no pranto de amarguras que sei estar prestes a arrebaterem-me o coração, e busco por um fragmento púdico de esperança em que o estado mental mentalmente prestes a alterar-se se possa envolver e devolver ao meu aparente fatidíco não normal estado de consciencia em que me encontro, e tento que seja uma constante existência em mim mesma.
Sinto-me prestes a cair em algum desses pragmáticos buracos negros que engolem um qualquer e só a mim, e desdenho se deverei deverás tentar não me deixar ir ao invés da frugal e fleumática permuta de estados mentais que habitam dentro da pessoa minha.
Tento então simplesmente deliciar-me com o sorriso malicioso que me corre na mente ao pensar no que busco conquistar na minha vida e descaio-me sobre a cama quente e tão mais vazia agora nesta hora de sombras e fantasmas e fecho os olhos, e sinto o bater do coração voltar-se sobre si mesmo numa dança agora ela mais suave e harmoniosa, ao ponto de não me dar conta, que entre o teu último adeus e as minhas últimas palavras descritas, o dia finalmente já amanheceu!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"Carta a um nunca amor"






Olha.
lembras-te deste lugar?
olha em redor e presta atenção.

Recordas-te?

O cheiro maravilhoso do mar salgado,
os Carpobrotus edulis que rastejavam até nós com os pequenos raios de sol que iam lentamente e tão veemente surgindo...

Agora lembras-te?
Eu não consigo esquecer!

Debaixo dos nossos pés estava areia, estava o mundo, um mundo que não era já mais "nosso", porque nunca o pôde ser.

Ah, eu sei, como poderia esquecer?!
Quando nos diziam " De mão dada, não larga!!!" e tu agarravas a minha e não mais largavas!
Acho que seria capaz hoje, agora mesmo, de sentir o mesmo que nesse dia,
voltar atrás no tempo,
perder-me naquele momento,
em que somente estavamos ali, parados d'frente ao mar, de mão dada, a ver o sol chegar...
Estranho o rumo que a vida tem, se foi-se tanto que eu esqueci, e esse momento permanece ainda hoje em mim,
como se fosse agora mesmo, contigo aqui;
Se fechar os olhos, recordo esse pequeno fragmento de segundo,

PERFEITO

INTACTO,

sem som algum, pois palavras são vãs e fogem com o tempo,mas o momento, aquele instante sumptuoso, único, esse ficou,esse ainda está em mim e acho que sempre estará!

Espero que tenha sido tanto para ti como foi para mim.
Que a nossa inocencia permitiu que fosse tão mágico, quanto jamais poderia imaginar.

Que o vento te conte estas palavras, uma a uma, com a mesma saudade tenebrosa que assombra gentilmente o meu coração, que somente nesta lembrança, tão intocável, não se desfaz em milhares de pedaços, por saber o que sei hoje.
E um dia também eu me irei, para essas outras cousas que dizem ser Destino, e quem sabe se ai, poderei novamente te lançar o som da minha voz, e dizer, o quanto foste para mim, o Homem, que nunca chegas-te a ser!

" Um beijo " tal e qual como mo pedias.... E até um dia meu nunca Amor!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

passatempo Quero ganhar a Revista Saúde Hoje.


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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Submergir...







Ali estava eu, mergulhada num nada, despida de tudo, afogando-me em mim mesma.
Senti a facilidade escorrer-me pelas pontas dos dedos enquanto tentava segurar o oxigénio que tentava subir dentro de mim, e dei-me conta o quão facilmente seria por um final na minha história, ali mesmo, naquele confim de água que submergia em torno de mim mesma.
E nada mais ocupava a minha mente senão o som já não mais incomodativo das gotas de agua que restavam e caiam temporalmente no mesmo prado decadente onde eu estava.
E nada mais, restava de mim, até que fora de mim mesma, voltei a respirar, e subi de volta na maré negra...

domingo, 31 de julho de 2011

Deixo-me..







Deixo-me cair petrificada sobre o chão manchado pelo sangue e lágrimas que outrora criavam caminhos e penso no amago de mim mesma, e admoesto a minha pessoa tudo o que dilapidei em tempos fugazes de antigas vidas.
Deixo o silêncio cair sobre este mesmo chão, lado a lado do corpo meu, ardiloso e insolente, sabendo já qual o ruar deste fenecimento.
Deixo que as palpebras caiam sob meus olhos e abafem todo e qualquer alarido que me tente roubar a este meu pândego homizio que de tão fleumático e frugal o encontro no somente meu amago!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Tem por ai menina....




Existe uma menina que vive todo o dia triste,
porque olha no lado,
e vê uma magrinha dizendo que tem que emagrecer,
e então ela fica em querer
que ela também o tem que fazer!

E toda a vez que alguém a visita,
faz sempre questão de relembrar,
que cada vez mais ela engorda,
e que isso nunca mudará!

E ela chora,
ignora,
mas fica sempre a pensar:
"è, eu vou ter mesmo que mudar!"

E como não consegue emagrecer,
passa a vida sem querer comer,
e a contar caloria,
na esperança que agora,
muito peso consiga perder.

E ela volta a chorar,
porque só se vê a engordar,
ainda que sem nada todo o dia comer!

E se perde no frigorifico,
envolta de doce calorifico,
enquanto acompanha com lágrimas salgadas,
o que encontra de restos na sua madrugada!

E todo o dia se farta de ouvir,
menina magra falar:
"ai eu preciso emagrecer,
que comi muito ao jantar,
a salada era grande demais!"

E então ela se recolhe,
e mesmo sabendo que essa garota de anorexia sofre,
ela sempre fica com o pensamento:
"Nossa, igual a ela eu quero ser!"
E prefere passar fome,
sabendo que assim um dia morre,
mas nunca mais irá chorar,
por ter de ouvir alguém chamar,
a palavra que pela qual muita menina morre:

G-O-R-D-A!


Triste, mas é assim.....

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Naquela rua escura...




Perdi-te naquela rua escura...
Perdi-te de mim, perdi-me de ti.
Deixei-me vaguear pelos trilhos semi amargos do prepotente caminho amargurado que fui eu quem escolhi...foi onde eu me perdi!
Deixei-te cair dormente sereno, com pensamento pleno, do que fazer ali, saí, foi assim que eu decidi.
Somente escuridão restou dentro de nós, ainda que saiba que encontrarás, em plenas folhas desmaiadas a teus pés, as pedras que te elevaram a teu destino, cretino, o meu, assim o será, pelos pecados que em outras milhares de vidas cometi!
Desmancho-me então em pedaços de vidas que fui, que sonhei vir a ser, que ostentei a capacidade de conseguir...e deixo o tempo correr, ao soprar do vento, descrente veemente, que de contente me sopra o ouvido, que pior, ainda há-de vir!


Perdi-te naquela rua escura...quando a lua iluminou o caminho generoso que haverias de cumprir.
Perdi-te de mim,
somente tu de mim,
pois eu,
já perdida nasci!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A minha constante inconstância





È uma luta constante.....

todos os dias,
por vezes durante horas,
sem um cessar fogo aparentemente á vista.

De um momento para o outro,
o sorriso esbate,
o corpo esmolece,
a mente estremece,
e a vida desmorona.

De um momento para o outro,
o alter ego profundamente incomodativo e egoísta
submerce na alma e gela o coração,
petrifica-me instantaneamente
e revolta o pensamento feroz e volátil.

E eu quebro,
e eu cedo,
e desmancho-me em pedaços de mim mesma,
numa outra versão incapaz,
impaciente,
e torno-me amarga,
descrente,
anti socialmente capaz de ser.

E por vezes, não consigo vencer,
e deixo-me afastar,
submersa em profundezas obscuras e homiziosas,
perco-me na vastidão da amargura dentro de mim.

E por vezes, consigo vencer,
e impeço que vozes ditem as minhas palavras
e chacino alter egos absurdos e belicosos,
e sou capaz de ser apenas eu mesma.

è uma luta constante ... e ao que parece.. perene!
Tento vencer, ainda que quase sempre seja o mesmo fenecimento.

A ti, somente a ti




Incomoda-me que a última lembrança que possuo da tua pessoa seja uma face como que enevoada pelo tempo e pela minha cabeça, apenas os traços fortes de quem tu foste ficaram marcados em mim:
o teu cabelo com aquele corte tigelinha que eu detestava profundamente e do qual tu tanto te orgulhavas, a cor dos teus olhos castanho avelã, que eu invejava todas as vezes que os via, o seres mais alto que eu, mesmo quando tentavas ficar olhos nos olhos comigo e dizias que eras apenas um menino....eras já tu um homem!...
lamento muito ter-te perdido tão mais cedo que imaginava, e lamento também na correria daquela despedida, soubesse eu que seria a última, não te ter dado aquele abraço apertado que tanto queria...
lamento que a minha cabeça veja apenas uma imagem semi perfeita daquele adeus atirado da porta de um autocarro que te levava depressa demais do nosso reencontro tão fugaz...
lamento, mas já lamentei tantas vezes antes, que decidi trocar todos os meus lamentos de tudo em ti que esqueci e trocá-los pelo magnífico por do sol, em que semi desnudado, enrolado numa simples toalha de praia, me lançavas os braços num abraço apertado, e me pedias um beijo....de todas as tristezas que a tua partida deixou em mim, foram as alegrias que me permitis-te sentir e nunca esquecer com o tragico passar dos anos, que permanecem sempre em mim, e na lembrança da pessoa linda que foste e que eu tive a grande oportunidade de conhecer e ter na minha vida, inda que somente em pequenos momentos efemores, mas eternos.

A ti, somente a ti, meu querido, meu anjo, um doce e terno beijo, como aquele que tanto me pedias....

A PEDIDO DE UM LOUCO!





- Vem comigo a Paris!!!
Faz a mala, fica pronta, não penses em nada, apenas vem!


- E eu fui....

ainda que só em sonho,
fui contigo até Paris,
jantamos ás luz de velas no Le Saut du Loup,
como tu sempre dizias;
"jantar e depois regalar as vistas"
e depois regalámos e encantamo-nos,
e ficamos perdidos pelos jardins do Carrousel,
perdidos por entre risos, instantes efémores, contos de mel....
E vimos o Sena, e espreitámos o Louvre,
e gritámos do alto da Eiffel... mas essencialmente ficamos juntos....
Ficamos juntos, cada um no seu recanto,
apenas olhando nos olhos
deitados numa mesma cama,
sem um único toque trocar,
nem um tão somente beijo dar,
calamos todas as palavras que queriam gritar,
"que os teus olhos já me beijam e os meus a ti tudo te confessam!"
E as horas se passaram, e um novo dia nasceu...
Na "nossa Paris, a dos eternos amantes"
inda que nunca o tenhamos sido,
inda que nunca o possamos vir a ser!

"Ma belle, mon amour, tout et tout pour toi....
Mon essence.. l'essence de mon âme!"

- Eu sei, sei que não virás, mas um dia, ainda iremos... á nossa, somente nossa, A Amante, Paris!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Chegas á ponta do meu nariz








" Chegas á ponta do meu nariz "
E ali no meio daquela rua já escura,
estava eu de salto alto,
quase tocando a minha boca na tua!

E o que fiz?..
Nada, ora essa!
Que havia uma promessa,
que tinha que se cumprir!

E olhamo-nos nos olhos,
e eu sentia o teu respirar,
teus braços a me abraçar,
e uma enorme vontade de beijar!

"não tenhas medo,
deixa-te levar,
prometo-te, vais gostar"
e como eu me queria deixar levar....

"Chegas á ponta do meu nariz,
mas eu já te poderia beijar"
E sorrimos, e rimos,
e ficámos só pelo desejo,
de um beijo,
mais profundo que o do olhar,
mais forte que o verbo amar!

"Sabes, este momento, aqui contigo, foi já mais que perfeito"

Foi perfeito e por isso, eu nunca o esqueci....

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Yeah, you know... i've been missing you for too long.....








E poderia deixar-te esta carta em branco somente e unicamente cerrada com tal comum e vulgar palavra, essa tal de Saudade, sem nada mais a dizer-te pois tu sabes o quão vasto pode ser o diálogo entre o meu olhar e a tua alma, e ambos sabemos que não é o nosso tempo ou destino.

Mas existe aquela tal connection, que não temos como explicar, mas que faz queimar o peito, e Dawn, como se vê no nosso olhar!

E eu revejo, os momentos, os silêncios que poderiam ser constrangedores e que nunca o foram, pois todos eles foram sempre ocupados pelos gestos, as trocas de olhares que tinham tanto para dizer e que gritavam no silêncio do nosso tempo juntos, o quanto queríamos que o tempo fosse outro, e tudo fosse diferente, e testamos os nossos limites e quase forçamos barreiras, pois sentimos que havia algo mais, algo que não se explica, a química, a vontade, o desejo, tudo quanto somente o coração, essa persona não grata, o saberia explicar!

E despimo-nos de preconceitos, e assumimos o quanto era real, o sentimento mútuo, a atracção quase que fatal, mas soubemos seguir em frente.

Hoje, ainda sou capaz de sentir o friozinho na barriga ao pensar em ti, e sentir as pernas bambas quando sei que estaremos no mesmo espaço, no mesmo tempo, ainda que não o nosso, inda que não desta vez.

E como te disse naquela nossa última noite juntos:  não hoje, mas numa outra próxima vida, quem sabe o destino ainda nos junta, num mesmo caminho onde somente nós os dois caminhemos, e seja o nosso tempo de tornar real todos os desejos..." all the love " as you said before.... e não mais precisemos de nos envergonhar pelas trocas de olhares e a vontade de beijar, e aí tudo parecerá correcto, e inevitável.


Que ela te guarde no olhar, com a mesma ternura que eu te guardo no coração... todos os dias, e sempre.... um destes dias, vemo-nos por aí.....

luv xxx