segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Mais um pragmático buraco negro
Deleito-me no pranto de amarguras que sei estar prestes a arrebaterem-me o coração, e busco por um fragmento púdico de esperança em que o estado mental mentalmente prestes a alterar-se se possa envolver e devolver ao meu aparente fatidíco não normal estado de consciencia em que me encontro, e tento que seja uma constante existência em mim mesma.
Sinto-me prestes a cair em algum desses pragmáticos buracos negros que engolem um qualquer e só a mim, e desdenho se deverei deverás tentar não me deixar ir ao invés da frugal e fleumática permuta de estados mentais que habitam dentro da pessoa minha.
Tento então simplesmente deliciar-me com o sorriso malicioso que me corre na mente ao pensar no que busco conquistar na minha vida e descaio-me sobre a cama quente e tão mais vazia agora nesta hora de sombras e fantasmas e fecho os olhos, e sinto o bater do coração voltar-se sobre si mesmo numa dança agora ela mais suave e harmoniosa, ao ponto de não me dar conta, que entre o teu último adeus e as minhas últimas palavras descritas, o dia finalmente já amanheceu!
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
"Carta a um nunca amor"
Olha.
lembras-te deste lugar?
olha em redor e presta atenção.
Recordas-te?
O cheiro maravilhoso do mar salgado,
os Carpobrotus edulis que rastejavam até nós com os pequenos raios de sol que iam lentamente e tão veemente surgindo...
Agora lembras-te?
Eu não consigo esquecer!
Debaixo dos nossos pés estava areia, estava o mundo, um mundo que não era já mais "nosso", porque nunca o pôde ser.
Ah, eu sei, como poderia esquecer?!
Quando nos diziam " De mão dada, não larga!!!" e tu agarravas a minha e não mais largavas!
Acho que seria capaz hoje, agora mesmo, de sentir o mesmo que nesse dia,
voltar atrás no tempo,
perder-me naquele momento,
em que somente estavamos ali, parados d'frente ao mar, de mão dada, a ver o sol chegar...
Estranho o rumo que a vida tem, se foi-se tanto que eu esqueci, e esse momento permanece ainda hoje em mim,
como se fosse agora mesmo, contigo aqui;
Se fechar os olhos, recordo esse pequeno fragmento de segundo,
PERFEITO
INTACTO,
sem som algum, pois palavras são vãs e fogem com o tempo,mas o momento, aquele instante sumptuoso, único, esse ficou,esse ainda está em mim e acho que sempre estará!
Espero que tenha sido tanto para ti como foi para mim.
Que a nossa inocencia permitiu que fosse tão mágico, quanto jamais poderia imaginar.
Que o vento te conte estas palavras, uma a uma, com a mesma saudade tenebrosa que assombra gentilmente o meu coração, que somente nesta lembrança, tão intocável, não se desfaz em milhares de pedaços, por saber o que sei hoje.
E um dia também eu me irei, para essas outras cousas que dizem ser Destino, e quem sabe se ai, poderei novamente te lançar o som da minha voz, e dizer, o quanto foste para mim, o Homem, que nunca chegas-te a ser!
" Um beijo " tal e qual como mo pedias.... E até um dia meu nunca Amor!
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
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quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Submergir...
Ali estava eu, mergulhada num nada, despida de tudo, afogando-me em mim mesma.
Senti a facilidade escorrer-me pelas pontas dos dedos enquanto tentava segurar o oxigénio que tentava subir dentro de mim, e dei-me conta o quão facilmente seria por um final na minha história, ali mesmo, naquele confim de água que submergia em torno de mim mesma.
E nada mais ocupava a minha mente senão o som já não mais incomodativo das gotas de agua que restavam e caiam temporalmente no mesmo prado decadente onde eu estava.
E nada mais, restava de mim, até que fora de mim mesma, voltei a respirar, e subi de volta na maré negra...
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