quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mais um dia querido diário..

Querido diário,

hoje o dia foi igual a todos os outros, e no entanto foi diferente também.
hoje uma completa estranha disse-me tudo aquilo que eu nunca fui capaz de dizer a ninguém,nem aqueles que mais confiava,
dei uma de psicóloga barata (barata demais até que foi tudo de borla!) e disse-lhe tudo aquilo que tanto esperei ouvir dos outros mas que nunca ouvi.
Enquanto a ouvia, sentia os ouvidos abafados pelos meus próprios pensamentos que me diziam a voz bem alta: "é, afinal não és só tu, afinal não és única, e no entanto não és capaz de contar isso nem a uma estranha ao contrário desta estranha que mal chega aqui te conta toda a sua vida, desde o casamento, divorcio, depressão e tudo mais!"

Vi-me novamente sozinha, mas calei o sentimento, já devia estar mais que habituada, e decidi tomar decisões sem pedir opinião a ninguém e sem pensar nas consequências.

Conclui que deveria achar um jeito de relembrar-me a mim própria, todos os dias, tudo o que os outros já me fizeram e que apesar de me terem muitas vezes deixado na merd*, como sempre, perdoei, e decidi que deixaria de colocar os outros em primeiro plano e a partir de hoje seria eu quem estaria em primeiro, basta de deixar a minha vida para depois, de estar pronta a qualquer momento para os outros, basta de me submeter as vontades dos outros e basta, basta de me sentir a afundar e esperar uma mão estendida, a partir de hoje terei comigo uma corda de salvação, para não mais esperar dos outros aquilo a que estou pronta a dar sem hesitação  e que nunca recebi.

Basta!!!!!!!!!

Basta de ser menina bem comportada e como diz a Liz :" está na hora de deixar a cabra vir a tona e falar por ti!"
e eu pronto, vou deixar, e não vou pensar no que iram pensar os outros, afinal de contas já não tenho nada a perder depois de já ter perdido tudo!

e pronto, para terminar o dia, vou ligar e marcar a minha próxima tatuagem, aquela que será a lembrança que neste mundo, nasci e sempre estarei sozinha e que só preciso de mim mesma, só preciso de estar viva para sobreviver a esta vida...

até amanhã querido diario....

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Carta ao cavalheiro de branco...




Remeto-me ao silêncio...
guardo dentro de mim todas as palavras, todos os versos,que um dia te disse e que queria ainda dizer...
Sinto o pesar no teu coração no meu e sinto muito que seja assim, um sentimento perdido, um rasto vazio que fica depois de tanto que já foi dito...
Queria olhar nos teus olhos e entender o porquê de assim ser se tens o ceú e me pedes a terra... e a ti não posso dar...acredita que eu queria ser capaz de te dar, queria muito puder te dar tudo e tudo o mais que houvesse por ficar..
Pois tens em ti um jeito, que me faz ter vontade de te tomar e fazer esquecer tudo o que já passou e cuidar de ti, vejo em ti tanto, o tanto que busquei por tempo demais, mas falta algo, ainda assim, falta algo..
Tens em ti sonhos, promessas e vontades, que eu não posso, apesar de querer, te dar...
Guardo as tuas cartas, como lembrança de um dia que ja soubemos juntos sorrir e que um sentimento maior havia...
Espero que saibas e sintas que tudo que faço é pelo teu bem e que prefiro perder-te a que sejas infeliz...
prefiro um cumprimento gelado pela dor a não te ver de todo...
acatarei toda e qualquer palavra da tua parte, ainda que vazia, ainda que de magoa e carregada de frieza, pois quero apenas ouvir-te falar...
Entendo que parte seja minha culpa por ter deixado que o sentimento se tornasse avassalador ao ponto de chegar á ruptura de toda a amizade que havia, pois eu sabia, que terminaria assim...

sendo que então,

remeto-me ao silêncio, e deixo partir mais um bocado do meu coração, para que um dia talvez, te possa ainda ver a sorrir, e olharemos para trás, e este momento seja apenas, uma dolorosa lembrança, de que nesta vida, todos temos que, por vezes, esquecer e seguir em frente...
E espero ainda, um dia puder te dizer sem te magoar:

Sabes... gosto muito de ti....

                                                                                        Luv xxx

sábado, 13 de novembro de 2010

"sabes, estou farta..."

"sabes, estou farta..."

e foi assim que começou a nossa conversa.

ela dizia-me que a vida dela estava virada do avesso, que já nada tinha solução, o casamento já era só fachada e que já nem o trabalho a animava.
Contou-me que tinha saudades dos velhos tempos de escola, quando a maior chatice era ter teste e ter que estudar, e que queria voltar a essa altura da vida, em que não haviam maiores consumições como até quando haveria trabalho, quando teria dinheiro para pagar as contas, e outras coisas mais que agora ocupavam a sua cabeça sem deixar tempo para pensar nela própria.

"alguma coisa tem que mudar, algo é preciso mudar!"

repetia e ia repetindo, como se isso fosse mudar alguma coisa, como se o facto de o dizer em voz alta pudesse mudar algo.

e eu continuava ali, sentada no sofá, aconchegada em 3 almofadas que iam sendo o meu apoio no meio daquela conversa toda,
 enquanto tomava um chá de camomila na parva esperança que no fim daquela conversa toda a minha própria vida tivesse dado uma volta de 360º sem que eu mesma me apercebesse....

"...estou farta... estou farta que todos esperem algo de mim,..." e eu farta, farta que todos esperem que eu esteja sempre pronta para os outros, com tempo livre, com carinho e atenção quando precisam, no momento que querem, pois sim, a minha vida deveria ser unicamente para esse propósito, pois o meu tempo livre deveria ser passado a atender as questões psicológicas dos outros pois a minhas tinham tempo, poderiam esperar....

pois bem....


muito calmamente pousei sob a mesinha pequena que estava frente a meus pés a pequena e frágil chávena de chá, arrumei as almofadas no sítios que estavam quando cheguei e apenas disse:

- Sabes... também estou farta... e vou tirar um tempo só para mim!.... e sai da sala e fui embora...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

"Carta aquele que amo..."








Espero por ti....
quero que saibas isso, que continuo-o aqui a espera de ti...
mesmo quando digo a pleno pulmões que não, que ainda é cedo, que temos muito tempo ainda...
eu espero, e penso em ti, e imagino-te nos meus braços, enrolados os dois na cama...
penso em ti, quero-te aqui, quero-te comigo, e penso se valerá mesmo a pena esperar ou se um dia será tarde demais?!
vejo os outros viverem o sonho que quero sonhar, mas penso, que talvez afinal até tenha tempo, e que podemos sempre esperar, vamos esperar um pouco mais, a melhor altura, o momento certo...
esperemos que ainda haja tempo para que possas vir e ficar, e que possamos viver nós o sonho, para que o sonho não seja mais um sonho apenas e que possa se realizar!
por isso te escrevo esta carta, que um dia espero que possa esquece-la, quando finalmente te tiver nos meus braços, e te olhar nos olhos;
Espero por ti, espero que não tardes até ser tarde demais, espero que o momento certo chegue e que venha mais cedo do que imagino e digo...
Espero por ti;
Espero e desespero quando penso que podes vir antes da hora certa e que eu ainda não esteja pronta e preparada;
Espero por ti e enlouqueço por pensar que poderei não estar cá quando planei te encontrar;
Espero por ti e entristeço-me por saber que poderás não existir se for tarde demais;
Espero por ti, e espero, e continuo-o a esperar e a pensar que o melhor mesmo é assim continuar...
e no derradeiro dia, quando te puder sentir,tocar e saber que existes, irei puder por fim dizer-te ao ouvido:

- meu filho, esperei tanto por ti!